2024 Grand Slam de Paris de Judô

  Alguns pensamentos sobre as categorias de peso do judô e o evento desse fim de semana.







        Quando eu era adolescente ficava nas locadoras de videogame assistindo o povo jogar um jogo chamado Resident Evil 2. O jogador controlava uma menina de shortinho que fugia e lutava contra zumbis. Tinha uma hora que o jogador encontrava uma bazuca. Mas não valia a pena usar contra os inimigos normais, era melhor guardar para usar contra o inimigo mais forte, O Nêmesis! Aí o jogador apertava pause e guardava a bazuca na lista de itens. Seguia jogando normalmente com a pistola. Quando o Nêmesis aparecia, o jogador ia na lista e trocava a arma. Não tinha animação de saque. A menina estava de pistola, o jogador pausava, quando voltava do pause ela estava de bazuca.

Quem estava jogando não tinha tempo para examinar pormenores logísticos mas os que estavam assistindo não deixavam de se perguntar, "de onde ela tirou essa bazuca?"

E isso se repetia em um monte de jogos, mas existem jogos de interpretação de personagem, os RPGs de mesa onde há a possibilidade de se parar para pensar sobre o peso dos itens e como carrega-los. Muitos desprezam essa abordagem e preferem guardar tudo na lista, lanças, cavalos, carros.

Mesmo os que têm alguma preocupação com a carga que cada personagem carrega, dificilmente se importam com a carga que um navio vai carregar. Ou seja, quando os personagens vão precisar embarcar em um navio, não se calcula se há realmente capacidade de se viajar com todos aqueles personagens e suas cargas. 

Eu não sou desses, eu me importo muito com esses detalhes, e pensando sobre uma possível aventura em um barco viking, comecei a investigar o assunto. Lendo e conversando com o Chat não sei o que PT. Terminei descobrindo que os vikings, os aventureiros das civilizações nórdicas, costumavam levar guerreiras em suas viagens. Essas guerreiras não eram marinheiras. Elas só sabiam lutar, não sabiam remar, nem trocar  velas e muito menos pilotar os navios. Para que elas serviam? 

Obviamente elas serviam para guerrear, quando eles chegassem nos inimigos.  Mas a outra pergunta que surge. Porque levar mulheres ao em vez de homens? 

Alguém poderia responder que eles também levavam homens, o que é verdade. E não há uma resposta dos historiadores para o motivo de eles levarem mulheres. Mas eu comecei a pensar que talvez valesse mais a pena levar duas guerreiras que pesam menos de quarenta e oito quilos do que um guerreiro que pesa mais de cem quilos. No navio, cada quilo faz diferença. 

A categoria no judô que mais chama minha atenção é a de menos quarenta e oito quilos. Aquelas guerreirinhas se movendo por uma área que para elas é gigantesca me chama muita atenção. Eu fico pensando como deve ser muito mais barato montar uma equipe com seis lutadoras desse peso. Porque se você modificar um carro popular, colocando quatro cintos atrás e regularizar a mudança no Detran vai ter um carro apto a transportar seis atletas. Imagine como é muito mais difícil transportar seis atletas do mais de cem quilos. 

O alojamento das de menos de quarenta e oito também pode ser menor. A altura do teto no lugar de treino pode ser mais baixo. Dois caras do mais de cem treinando em um lugar baixo, corre o risco de um rebolar o outro no teto.

Eu também estou lendo uma história em quadrinho em que a personagem é uma lutadora de judô do menos de quarenta e oito.

Por tudo isso me incomoda elas sempre serem as primeiras a lutar. A categoria mais legal de assistir é a que começa lutando e depois vão vindo os lutadores cada vez mais pesados. Podia ser sorteio, ou podia ficar para o final as categorias onde o favorito está lutando em casa.

Por sorte esse fim de semana teve o Grand Slam de Paris e a ordem das categorias não atrapalhou o espetáculo. Porque a luta final foi lutada por ele. O homem mais carismático da França. Sim, ele mesmo. Teddy Riner!

Eu não vou nem falar de como ele luta, todo mundo já sabe que ele luta demais. Mas já prestaram atenção como ele lida com todos ao redor. Ele chama os adversários derrotados para celebrar a vitória! É impressionante. Ele ergue o adversário caído do chão, como quem convida alguém para uma festa. 

Devem estar dizendo que é fácil celebrar ganhando. Mas quando ele perde ele também celebra! Nos jogos olímpicos de Tóquio ele fez a festa com o atleta que pegou ouro. Brincando que ia roubar a medalha de ouro, tentando convencer o sujeito a ficar com a de bronze no lugar.

E ele lida bem com árbitros, com técnicos, com colegas de equipe e com a torcida! Que coisa mais linda esse fim de semana ele interagindo com a torcida francesa que lotou o local do evento! É muito comum nos jogos olímpicos vários eventos não lotarem por haver muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, mas tenho certeza que as disputas de judô esse ano em Paris vão lotar!

Eu convido quem não viu a ver. Procure a última luta das finais do terceiro dia do Grand Slam de Paris, no Canal do Cazé ou no do time Brasil. E quem não quer ver porque já sabe o resultado. Não caia nessa besteira. Eu esse fim de semana sabia que o brasileiro tinha perdido a disputa do bronze porque já tinha visto no Instagram da Confederação Brasileira de Judô. Vocês acham que eu deixei um detalhe tão frívolo me impedir de torcer. Claro que não. Não deixem também.


Bons treinos, estudos e trabalhos para todos.


PS: Max Petterson, ator da minha cidade mas que mora em Paris tem um monte de conteúdo no Youtube mostrando Paris. É um ótimo esquenta para os jogos deste ano, Recomendo!

PS2: o brasileiro que disputou o bronze foi o Macedo.

PS3: a história em quadrinhos que eu leio é Nagatoro.


       

      


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             Tenho aulas de Judô na Ikigai Dojô em Crato, Ceará e sou atualmente 3º kyu (faixa laranja).

             Meu plano é ensinar sobre esporte e guerra através do xadrez e do judô.

             Pretendo lutar no Campeonato Cearense 2024 - 2ª etapa, no dia 27 de julho.

              Qualquer ajuda é bem vinda, me ler já é uma grande ajuda. Divulgar é muito bom. Ajuda em dinheiro também.



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              Estimativas de gastos para lutar no Cearense 2ª etapa:


              Prestações do Quimono branco por pagar 3x R$ 46,36

              Quimono azul R$ 380,00

              Inscrição R$ 90,00

              Passagens de ônibus R$ 205,60

              Pernoite em pousada R$ R$ 150,00

              Alimentação R$ 120,00



         

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