O que é um herói?

 



Olá, leitores.




Resultado da busca 'dandadan fear' no Google.




Na última terça-feira dia 27 de maio, tive minha melhor aula de judô do ano. Foi muito importante para mim, não posso falar pelos outros. E essa percepção se deve ao meu desempenho. Mas sobre minhas finanças.


Eu celebro meu aniversário o mês todo. Só que depois do dia propriamente dito, só me preocupei em pagar dívidas e sobreviver. Tenho esperança de dar uma celebrada nos dois dias finais, mas para isso preciso de umas moedinhas. Se algum de vocês puder me dar esse presente de uma pizza, ou bolo com refrigerante diet, eu agradeço muito.




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Continuando. Sobre a melhor aula do ano até agora. Na terça-feira, minha mãe ia ter que ir ao posto de saúde. A gata Lua, que está com leucemia, só come sachê — que é caro e tem várias particularidades. Nos últimos dias, ela, a gata Lua, só estava comendo se minha mãe desse. E minha mãe não poderia vir pela manhã porque tinha que ir para o posto. Mas, graças a Deus, depois de vários dias tentando e sem conseguir, fiz a Lua comer sem ajuda de minha mãe.


Já de manhã eu sabia que a aula de judô poderia ser difícil, porque iam ser técnicas de mão, e tem uma técnica de mão chamada kata-guruma que tem uma certa dificuldade. Eu já fiz ela para o exame de faixa verde ano passado, mas fiz com um colega muito bom que terminou abandonando o judô no final do ano passado. Não há, no momento, alguém tão bom em cair quanto ele era. Então o desafio é fazer a mesma técnica que eu consegui fazer ano passado, mas com um colega menos experiente, mais imprevisível e, por isso, perigoso.


Passei a manhã fazendo tarefas domésticas e ouvindo um podcast chamado Inédita Pamonha.


De modo geral, eu detesto podcasts. Pessoas falando umas por cima das outras, e falando um monte de besteiras. Ou uma pessoa falando sem parar, também um monte de besteira. Alguns dizem que é só deixar lá tocando enquanto você faz outra coisa. Mas por que eu atrapalharia minha vida com o ruído de um monte de bestas falando besteiras?


A mídia em si é uma ideia boa — mas quase ninguém sabe usar. Vocês já devem ter percebido que minha vida está muito ligada aos videogames. 

Quando eu era adolescente, havia um podcast de vídeo game muito famoso chamado 99 Vidas. E esse podcast em particular era particularmente odioso. Que desgraça ter sido obrigado a ouvir alguns episódios. Sim, obrigado. Eu estava com as mãos ocupadas em um lugar onde estava tocando e não tinha como tapar os ouvidos.


Uns dias atrás eu estava vendo uma postagem do Clóvis de Barros Filho sobre o podcast dele, que ia ser sobre uma peça de teatro helênica chamada Édipo Rei. Desde o mês passado, quando assisti a três peças de teatro, me conectei bastante a essa arte, confirmando a minha condição de escritor. Aí resolvi dar uma olhada no tal podcast. O Clóvis faz episódios muito curtos e densos. Muita coisa é falada em pouco tempo, e o simples uso de palavras já desperta a necessidade de buscar dicionários para tentar entender por que ele usou aquela palavra. Isso é algo completamente oposto aos podcasts que eu já tinha ouvido à força.


Além de falar dessa peça de teatro, ele comentou que tinha falado da Odisseia antes. Aí eu voltei e fui olhar o primeiro episódio sobre a Odisseia.


Não sei se vocês que estão lendo esse texto sabem, mas o nome do meu blog e do projeto de judô tem a ver com a Odisseia. Minha luz estava para cortar e era sexta-feira. E eu pensei que não precisava me preocupar, porque eles não seriam tão canalhas de cortar a luz numa sexta-feira. Mas, para meu descontentamento, cortaram sim. E não tinha mais como pagar, mesmo conseguindo o dinheiro, antes da segunda-feira — porque, quando eu soube, já tinha fechado tudo.


Ainda na sexta-feira eu instalei um aplicativo chamado Kindle no meu Samsung Mini e comprei por um real um livro que era a Ilíada e a Odisseia em um só. Eu gosto muito, muito mesmo da Ilíada, de forma que a leio muito lentamente. E faço questão de ler em uma tradução com palavras helênicas. Só que essa tradução que eu comprei quando cortaram a luz era com palavras latinas. Por isso, passei aquele fim de semana lendo a Odisseia. Esse momento — de estar no escuro, porque a luz estava cortada, e lendo a Odisseia — gerou o nome do blog Ler no Escuro e do projeto que um dia verá a luz: Judô no Escuro.


Nesse episódio sobre a Odisseia, o Clóvis disse que tinha feito uma série sobre a Ilíada. Aí eu recuei mais e fui ouvir os episódios sobre a Ilíada.


Porque a Ilíada é meu livro favorito da vida. É a história da ira de Aquiles. Uma história maravilhosa e muito bem contada. Mas o Clóvis não gosta muito. E ficou contando o que aconteceu antes e depois da Ilíada. E aí estraga tudo. A história completa da Guerra de Tróia é uma imbecilidade. Não tem praticamente nada de interessante. 

Quando você não percebe que a Ilíada é uma pepita de ouro no meio de um lodo nojento você sofre um imenso prejuízo. 


Apesar disso, fui ouvindo todos os episódios sobre a Ilíada, porque eu gosto tanto desse livro que me interessou ouvir a visão do Clóvis, mesmo sendo uma visão limitada e cheia de imprecisões.


E na terça-feira agora, ouvi durante as tarefas do dia os últimos episódios sobre a Ilíada. Que foram extremamente chatos. O Clóvis já estava de saco cheio, falando apressado, e acrescentou informações que não estão na Ilíada, essas sim realmente chatas. Mas aí acabou, e eu fui ouvir o segundo episódio sobre a Odisseia — porque o primeiro eu já tinha ouvido.


E fui ouvir seis e pouco da noite, sendo que a aula de judô começa às oito da noite.


Nesse episódio, ele tentou explicar por que o herói da Odisseia, Odisseu, é um herói — e, para isso, tentou explicar o que é um herói.


Esse episódio foi muito bom, o melhor de todos até agora, e muito providencial devido ao horário em que eu escutei.


Herói, acima de outras características, é o personagem que administra o seu medo: não deixando-se dominar por ele, porque aí ele não seria um herói, e sim um covarde; e não o ignorando, porque aí ele não seria um herói, e sim um louco.


Clóvis explicou que o medo é algo completamente psicológico — é o ato de imaginar algo que ainda não aconteceu, mas que, se acontecer, vai me deixar triste, machucado ou pior.


No exemplo que ele deu, mesmo que apareça um leão na sua frente, o medo será você imaginando o leão lhe comendo. Se o leão começar a lhe comer, aí não será mais medo — será dor.


Depois ele trouxe a reflexão para o dia a dia: enfrentar o medo no cotidiano não te faz um herói, mas é algo que você vai fazer melhor caso se inspire nos heróis.


Foi a informação que eu precisava para entender melhor o que é o judô. Judô é uma arte marcial onde você aprende a controlar seu medo, lidando com ele todo dia. A prática do judô lhe faz temer principalmente o chão. O medo de cair no chão de mau jeito é uma constante — e administrar isso lhe traz um sucesso limitado, que lhe inspira a buscar sucessos maiores.


Terminando de ouvir o episódio, fui para a aula com medo. Medo de machucar meu colega que não sabe cair tão bem — como machuquei ano passado. Medo de me machucar e perder meu exame de faixa, que custou tão caro. Mas consciente de que, se eu soubesse administrá-lo, poderia obter sucesso. Com a dica do Clóvis, pude perceber que havia mais pessoas com medo na aula — não era só eu. Mas, com diplomacia e paciência, cumpri os objetivos que tinha proposto a mim mesmo.


Projetei meu colega, que não é tão experiente, de kata-guruma. Foi a primeira vez que ele caiu nessa técnica sem se machucar. Ele tentou me projetar, mas não conseguiu — sou bem mais pesado que ele. Aí pedi ao professor para tomar meu lugar. Deu certo: o colega projetou o professor certinho — foi a primeira vez que esse colega realizou essa técnica na vida.


Para eu não ficar sem ser projetado, pedi ao professor. Ele disse que não conseguia, mas outro colega fez esse favor.


Não sei se vocês captaram a grandeza dessas conquistas, mas tentei explicar.


É isso. Ficou grande, né? Espero que minhas palavras tenham sido agradáveis de ler.




Até.

Tenho aulas de Judô na Ikigai Dojô em Crato, Ceará e sou atualmente 3º kyu (faixa verde). 
Começo a cursar Educação Física na Urca em Agosto.
        Saiu uma data de luta para mim, 4 de outubro. Mas tenho esperança de lutar antes. 
        Estou planejando um projeto de judô inclusivo chamado Judô no Escuro. Pretendo ir contando mais com o passar do tempo. 


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