Projeto Paixão de Cristo - Páscoa

            Projeto Paixão de Cristo - Páscoa




Centro Cultural


Eu! Participando como espectador.




Olá leitores.




Quero aqui neste texto encerrar oficialmente o Projeto Paixão de Cristo. Mas informalmente ainda vou comentar esse mês de abril por muito tempo.

A ideia inicial era ir a Iguatu participar como espectador do Auto da Paixão de Cristo, onde meu amigo iria interpretar Jesus. Essa parte prática foi um sucesso. Mas acontece que domingo passado quando eu ia para a missa, com intenção de voltar e digitar o texto de encerramento encontrei um dos filhotes de gato de rua que eu estou cuidando atropelado e morto. O que me tirou das bitolas por um tempo.

Aí veio a morte do Papa e a divulgação de certas questões diplomáticas e econômicas que me deixaram muito comovido. Francisco não tinha dinheiro para uso pessoal mas tinha fundos que ele usava para fazer caridade. E ele usou esse fundo em vários momentos para comprar ambulâncias e suprir ajuda humanitária à Ucrânia. E segundo os líderes da Igreja Ortodoxa de Kiev ele também fez transferências de fundos sabendo que o dinheiro seria usado para compra de drones militares. Essas informações me deixaram muito pensativo. Ainda estamos nos despedindo do Papa Francisco e certamente vai levar bastante tempo para entendermos a vida dele.

Hoje ao contrário do domingo passado eu consegui ir à missa, mas antes de ir precisei me despedir de outro filhote, dessa vez foi uma adoção. Tomara que ele fique bem mas não está mais sob nossos cuidados. Restou um filhote e a mãe que pretendemos castrar o quanto antes.

Mas vou escrever agora sobre a importância da peça O auto da Paixão de Cristo.




A peça mais importante do planeta.




Está na moda uma doutrina conhecida como relativismo cultural que diz que todas as culturas têm o mesmo peso. Os mais radicais defendem atrocidades das mais diversas sobre a desculpa de que é "a cultura deles." Esse movimento influencia um pouco o mundo acadêmico. Eles fazem um grande esforço para fingir que Jesus é só mais um no meio de outros personagens históricos. E se negam aceitar seu nascimento como início da nossa era. Mas ao em vez de criar um calendário novo com um marco inicial que inaugure essa suposta nova era, eles tiveram a ideia bizarra de substituir Antes de Cristo por Antes da Era Comum. 

Dá para elaborar por páginas e páginas sobre essa imbecilidade mas na prática o nascimento de Jesus continua sendo o marco fundador do principal calendário usado em todo o mundo. Mesmo na China. Eu procurei um calendário chinês para vender e não tem. Eles pegam nosso calendário, marcam a data do "ano novo chinês" e pronto. Na prática é um calendário cristão fantasiado de outra coisa.

Além de não conseguirem inventar um marco inicial para colocar no lugar de Jesus de Nazaré, eles também não conseguiram inventar uma peça para substituir O Auto da Paixão de Cristo como peça mais importante do planeta.

Nossa cultura em parte veio da Grécia. Quando Jesus surgiu os gregos estavam tão desesperados por um salvador quanto os judeus. Era muito difícil manter peças preservadas antigamente. Mesmo assim, com grande esforço, uma peça clássica muito importante sobreviveu. Prometeu Acorrentado. Os sábios cristãos perceberam nessa peça um grande desespero daquelas pessoas por um salvador. Eles só conseguiam imaginar deus como alguém que castiga a humanidade, não alguém que salva. E a imagem que eles tinham de um salvador era essa. Um deus preso, incapacitado. Não por três horas como Jesus na Cruz, mas preso por milênios.

A mensagem de Jesus explicando um Deus Pai os tocou fortemente. O nome pelo qual Jesus ficou conhecido, Cristo, veio da língua grega. E a peça mais importante do planeta passou a ser aquela que narra a história desse salvador. Teatro como judô, e como tantas outras coisas significativas se baseia na repetição. Para se aperfeiçoar, para entender cada vez mais algo. É essencial repetir. Ler várias vezes a mesma peça, interpretar várias vezes o mesmo personagem, assistir várias vezes a mesma peça. E sendo o Auto da Paixão de Cristo a peça mais importante de todas é essencial para quem quer se conectar com teatro viver essa peça várias e várias vezes.

Esse mês, com ajuda de vocês eu pude assistir duas vezes. Uma aqui no Crato, e a outra que eu tanto falei, em Iguatu.

Mas terminou que ontem eu tive a oportunidade de assistir uma terceira peça esse mês. Não foi uma peça tão importante quanto o Auto da Paixão de Cristo mas teve características muito particulares que eu gostaria de compartilhar com vocês. 

 


O Menino que construiu um teatro.




Eu acompanho um ator que nasceu na minha cidade a alguns anos. Não lembro bem quando começou, mas acho que foi quando ele gravou uns vídeos com a minha irmã lá em Portugal. Pegando a balsa para atravessar o rio Tejo. Sei que quando ele fez o primeiro encontrinho aqui vizinho da minha casa, eu apareci e disse oi.

Mas indo direto ao espetáculo de ontem. Ele anunciou esse espetáculo a três anos atrás, dizendo que ia começar a fazer "Stand Up Comedy". Ao que eu respondi, "é um abestado. Vai se curvar a modinha anglófona. Vai fazer um humor engessado, imitando o povo dos States?"

Eu não dei grande importância não. Achei que era um artista promissor, afundando na insignificância de quem não tem personalidade. Mas passou o tempo e ele veio apresentar aqui no Crato e minha mãe foi. E ela me disse que não tinha nada haver com esse humor sem graça que o povo de São Paulo faz imitando o povo que fala inglês. Então no fim parece que ele só usou o nome Stand Up Comedy, sei lá porque. O povo tem essa mania de inventar ou escolher um nome que diminui o que vai fazer. 

Parece meus colegas que se classificam para o Brasileiro de Judô e pedem patrocínio para ir lutar no "regional". 

Que regional menino? Tu vai lutar é no hospital do Juazeiro?

400 páginas de regra e a palavra "regional" não aparece em nem uma. Podem baixar todas as regras da CBJ e digitar na busca "regional" e ver se encontram essa palavra. Não Tem! É um nome inventado para dificultar a busca por patrocínio. Só pode.

Mas ontem fui lá. No Centro Cultural. Cheguei com minha mãe antes das quatro da tarde. Minha mãe queria assistir na primeira fila. Eu queria assistir lá no meio do povo que não conseguiu cadeira.

Terminou que minha mãe assistiu na primeira fila na companhia de alguém quase tão fã de Max Petterson quanto ela. E eu fiquei só um pouquinho mais atrás na companhia de uma amiga muito importante. 

E a peça não era um Stand Up Comedy. Era um monólogo autobiográfico dramático mas com características de humor.

Antes do espetáculo principal começar um artista abriu com um número muito rápido, também autobiográfico, dramático mas fazendo o povo rir. E ele citou que começou a atuar na Paixão de Cristo. O que encerrou esse projeto com chave de ouro. E me motivou para os próximos.

Como vocês sabem eu sou um escritor. Essas peças me despertaram para muita coisa. Eu pude sentir como aqueles escritores antigamente iam assistir uma peça e conseguiam copiar. Isso acontece porque ela saí do teatro com você.

Um pouco tempo depois de minha mãe ter assistido o espetáculo de Max ela em dado momento me disse. Que alguém grande como Max não tinha mais nada para fazer no Crato. Ao que eu energicamente respondi.

"Falta ele construir um teatro."

Só que agora não falta mais. Como vocês devem estar imaginando, construir um teatro não é apenas traçar, areia, cimento e água, depois usar para empilhar blocos de seis furos. É muito mais complexo. Mas Max conseguiu.

O secretário de cultura do estado falou ontem como o pessoal da secretaria da Fazenda do estado é resistente em colocar dinheiro no interior. E como estava sendo difícil justificar a construção do teatro prédio que está planejado para ser construído lá no Centro Cultural. Porque eles ficam alegando que não vai ter público para encher esse prédio.

Mas ontem houveram 5832 pessoas no espetáculo e mais de 3000 que não conseguiram entrar. Depois disso a verba para a construção do teatro prédio vai sair, porque o teatro formado não por blocos de seis furos mas por seres humanos já está construído.



Terminando.




Eu pretendo falar do assunto teatro ainda muito aqui, mas por enquanto é isso. Obrigado aos que me ajudaram a ir para Iguatu. Vocês estão me ajudando a construir minha academia. 

Mas o que tem haver teatro com judô?

Tudo. 

Porque eu sou um lutador escritor. É tudo uma vivência só. Tudo é repetição e busca por aperfeiçoamento. Ou para citar minha terceira língua. Essa que eu escolhi, não foram os colonizadores que impuseram. Uchikomi. Golpe compenetrado. Repetição com significado. Judô, teatro ou o que você quiser viver.




Até.



        Pix: diegosergioadv@gmail.com



Tenho aulas de Judô na Ikigai Dojô em Crato, Ceará e sou atualmente 3º kyu (faixa verde). 
Vou iniciar o curso de Educação Física na Urca

        Saiu uma data de luta para mim, 4 de outubro. Mas tenho esperança de lutar antes. 
        Estou planejando um projeto de judô inclusivo chamado Judô no Escuro. Pretendo ir contando mais com o passar do tempo. 


               E-mail e Pix: diegosergioadv@gmail.com
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