Tóquio -57
Grand Slam de Tóquio 2024
Olá leitores!
Ainda estou me recuperando de uma extração de siso. Tem uma sensação estranha no dente vizinho ao que foi extraído, mas não é mais dor, ou pelo menos é uma dor mínima. Mas nos últimos dias tive dor e febre. Só vou poder voltar a treinar daqui a oito dias. Esses dias cheguei a pesar 86 quilos. Sendo que na Copa Samurai lutei pesando 92 quilos. Tentei iniciar uma dieta de ganho de peso, mas sem treino o apetite continua baixo.
Minha professora se comunicou comigo para falar da minha recuperação e terminou me informado que o calendário da Confederação já tinha saído. No site deles não tem nada sobre, pelo menos nas partes que dá para acessar sem login, não tenho senha. Mas com uma busca mais apurada terminei encontrado no site de uma federação estadual. Por esse calendário dá para perceber que minha próxima luta vai ser dia 22 de fevereiro em Fortaleza. Um fim de semana antes do carnaval.
Vou lutar na veterana -90 M2. Se alguém que luta nessa categoria quiser combinar alguma coisa relativa a viagem. Eu guardo minhas rivalidades para dentro da área de luta, até lá prefiro colaborar no que for possível.
Descobri que tem um certificado grátis no site da Confederação sobre ciclo olímpico. Já estudei tanto isso que acho que consigo tirar um sete já, mas vou estudar mais antes de fazer a prova.
Terminei de assistir todas as transmissões do judô individual nos jogos olímpicos de Paris, agora só falta as equipes.
E assisti todas as disputas de medalha do Troféu Brasil, já no fim de semana em que aconteceu.
Os atletas que mais se destacaram no Troféu Brasil foram sem dúvida Rafaela Silva e Jéssica Lima.
Para quem não se lembra Rafaela Silva é campeã olímpica, ganhou a medalha de ouro nos jogos do Rio de Janeiro em 2016 na categoria -57.
Depois ela tomou uma punição por doping. Encontraram no sangue dela um remédio contra asma que não dá vantagem nem uma, mas que está na lista de remédios que você só pode tomar se tiver atestado médico. Tem uns malucos até hoje dizendo por aí que ela perdeu a medalha olímpica, mas não perdeu. A punição foi depois, não afetou o resultado de 2016.
Ela passou dois anos proibida de competir. A punição acabou em outubro de 2021, justamente no mês em que eu comecei a praticar judô e a primeira competição foi em fevereiro de 2022, no Grand Slam de Paris. Ela voltou conquistando ouro. Foi uma participação impressionante. Infelizmente nunca mais ela voltou a apresentar aquele nível.
Supostamente o nível dela caiu porque ela estava com dificuldade para bater o peso. Ano passado ela ganhou o Brasileiro na categoria -70. Agora para o Troféu Brasil ela lutou na -63. Ganhou o ouro sem dificuldades e na entrevista disse que pretende ficar nessa categoria a partir de agora.
Eitas entrevistas ruins. Eu prefiro assistir judô com o som mutado, mas liguei o volume para ouvir algumas entrevistas. Era sempre a mesma pergunta. "O que você vai fazer no próximo ciclo olímpico?" O próximo ciclo Olímpico começa quando a pira olímpica de Los Angeles se apagar em 2028. A repórter na verdade queria saber o que vai acontecer no atual ciclo olímpico. Ninguém a corrigiu.
Rafaela Silva disse que estava na categoria -57 desde que começou a trabalhar de "sparring".
Sparring é no boxe, no judô é uke. Devemos evitar o uso de inglês ao se referir ao judô. Português ou japonês sempre vai ser mais adequado.
Continuando, Rafaela Silva disse que estava na -57 a muito tempo mas que "queria comer mais e ser mais feliz", por isso vai ficar na -63 a partir de agora.
Em Tóquio 2020 não houve representante do Brasil na categoria -57. Como eu disse, Rafaela Silva estava suspensa por doping, e nem uma brasileira conseguiu a vaga. Por que o melhor do Brasil não vai automaticamente para os jogos olímpicos, é preciso ser um dos melhores dezesseis do mundo em uma data específica. Se você é um refugiado ou de um país sem tradição no judô pode ser convocado para os jogos olímpicos sem ser um dos melhores dezesseis do mundo, mas para brasileiros não há essa possibilidade, nosso Judô é relativamente forte e por isso brasileiros nunca se classificam dessa forma.
Em Paris 2024 Rafaela Silva lutou, na -57, mas muito abaixo de seu melhor desempenho. Ela só mostrou seu melhor nível nas disputas por equipes onde pôde lutar um pouco mais pesada. Na véspera de lutar na - 57 a atleta precisa pesar até 56,9 quilos. Na véspera de lutar por equipes é preciso pesar até 59,9. O desempenho maior pesando mais aparentemente está sendo a motivação para Rafaela Silva subir de categoria.
No começo do texto eu disse que ainda não assisti as lutas de equipe de Paris, mas com isso eu quis dizer que não assisti a transmissão inteira, já vi algumas lutas.
Se Rafaela Silva realmente subir de categoria de peso, a vaga da -57 na seleção vai ficar aberta, por isso a disputa da medalha de ouro na -57 do Troféu Brasil foi muito importante.
Quem ganhou foi Jéssica Lima, uma lutadora muito diferente da Rafaela Silva. Quando Rafaela Silva ganha é passando por cima de todo mundo. Já a Jéssica lima sofre em cada luta. Vence sofrendo. O melhor desempenho dela foi ano passado no Grand Slam de Tóquio 2023. Ela ganhou várias lutas de forma épica. Viradas, pontos nos últimos segundos. Infelizmente perdeu na final e ficou com a prata.
Já saiu a escalação para o Grand Slam de Tóquio de 2024. Vai acontecer dia 7 de dezembro de 2024. O Brasil só vai levar oito atletas. O que é compreensível. Passagens de ida e volta para o Japão estão custando dez mil reais. Somando a hospedagem e inscrição o custo sobe para vinte mil reais por atleta. Mas apesar das dificuldades, tanto Rafaela Silva quanto Jéssica Lima foram convocadas.
Vou poder ver Jéssica Lima lutando novamente em um evento em que ela foi tão bem ano passado e Rafaela Silva estreando em uma categoria diferente.
Até.
Rifa.
Meu plano é ensinar sobre esporte e guerra através do xadrez e do judô.
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