Quanto vale uma medalha?
Quanto vale uma medalha?
Olá leitores.
Eu assisto jogos olímpicos desde Barcelona 1992. Se eu pudesse também assistiria aos jogos paraolímpicos e de inverno, mas praticamente não tem transmissão. Estão dizendo que dessa vez vai haver transmissão dos jogos paraolímpicos. Se for verdade, assistirei o judô e o que mais conseguir.
Em 92 o Brasil ganhou duas medalhas de ouro, no vôlei masculino e no judô com Rogério Sampaio. Mas o esporte que mais me chamou atenção foi o basquete.
Não lembro quando comecei a prestar atenção no quadro de medalhas mas lembro quando comecei a achar uma besteira sem tamanho, foi na abertura dos jogos olímpicos de Pequim em 2008.
Nessa oportunidade quatro jogadores de basquete entraram carregando a bandeira de seus países. Eu lembro que foram quatro, mas só lembrava dois países, China e Alemanha. Com a ajuda do Chat Não sei o que PT consegui nomes e nacionalidade dos quatro.
Yao Ming - China: Representando a China, Yao Ming foi o porta-bandeira pela segunda vez consecutiva, já tendo desempenhado essa função em 2004.
Dirk Nowitzki - Alemanha: O icônico jogador da NBA representou a Alemanha e teve a honra de carregar a bandeira de seu país.
Manu Ginóbili - Argentina: Manu Ginóbili, um dos maiores jogadores de basquete da história da Argentina, foi o escolhido para carregar a bandeira de seu país.
Andrei Kirilenko - Rússia: Andrei Kirilenko, conhecido por sua carreira na NBA e na seleção russa, foi o porta-bandeira da Rússia.
Enquanto via esses caras entrarem com a bandeira de seus países eu comecei a me perguntar quanto vale uma medalha de ouro no basquete? Quanto vale uma medalha de ouro na natação?
Comecei a me lembrar o quanto os australianos tinham perturbado o nadador Ian Thorpe. O cara ganhou três medalhas de ouro nos jogos de Sydney em 2000 e foi xingado de fracassado para baixo. Queriam que ele tivesse ganhado oito medalhas de ouro para bater o recorde de número de medalhas por um mesmo atleta em uma única edição dos jogos.
Eu fiquei revoltado e pensando. Os chineses que estão sediando os jogos, que vem na expectativa de ganhar um monte de medalhas de ouro em um monte de esportes. Colocaram para carregar a bandeira um jogador de basquete que tem zero chances de ganhar uma medalha olímpica.
Já a Austrália não ia contar com o maior nadador de sua história, Ian Thorpe. Porque de tanto ser xingando por "só" ter ganho cinco medalhas de ouro olímpicas na carreira resolveu largar as competições em 2006.
Daquele dia em diante jamais eu admitiria que uma medalha de natação vale a mesma coisa que uma medalha de basquete e que se exploda o quadro de medalhas. Essa besteira inventada pelos jornaleiros esportivos, essa bobagem que não consta em nem uma regra do Comitê Olímpico Internacional, o organizador dos jogos Olímpicos.
Dito isso, uma medalha vale tanto quanto a comunidade daquele esporte a valoriza. Hoje vivendo o judô fiquei muito feliz com as quatro medalhas que o judô brasileiro trouxe e ainda estou assistindo as lutas. Acabei de assistir a luta da Beatriz nas quartas de final e foi sensacional.
Parabéns aos atletas e as comunidades de outras modalidades, mas agora que os jogos acabaram, chegou a hora da gente brigar por verbas diante dos políticos. Queria que existisse um Jigoro Kano brasileiro que dissesse. "Gente, minha modalidade é o judô, mas o importante é investir no atletismo." Só que não temos. Vai ser aquela cachorrada de sempre, cada um brigando pelo seu esporte e a modalidade que não tiver quem saiba brigar vai ficar com menos verba. Paciência e boa sorte.
Vão começar os jogos paraolímpicos. Acredito que nos jogos escolares estaduais o meu município, o Crato, mandou pelo menos um atleta paralímpico, no judô. Devem haver muito mais jovens querendo ser atletas, paralímpicos ou não. Eu abracei uma modalidade e não me arrependo. Estou treinando, competindo e me preparando para ser técnico e dirigente, mas nem precisa tanto. Ser torcedor que torce durante os quatro anos e não só durante os jogos olímpicos já é muita coisa.
Até.
Sobre meus três anos de aula de judô.
Para a celebração poder acontecer várias coisas precisam dar certo. Eu preciso passar no exame de faixa que vou fazer em breve, eu preciso conseguir lutar no cearense e na copa Samurai e eu não posso estar doente e nem machucado. E para os leitores receberem a revista, obviamente ela precisa estar pronta.
Qualquer um de vocês pode me ajudar com a revista, me mandando textos, fotos ou desenhos. Só falar comigo por e-mail ou outro meio.
Meu plano é ensinar sobre esporte e guerra através do xadrez e do judô.
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