Paris 2024 Judô dia 8

 Paris 2024 Judô dia 8




Seleção Brasileira de Judô com suas lindas e importantes medalhas de bronze




Olá leitores.




O oitavo e último dia de competições de judô nos jogos de Paris 2024 foi muito marcante. 

Comecei acordando às três da manhã. 

Entre me levantar, olhar algumas coisas no computador e efetivamente começar a assistir os jogos levei uma hora. Portanto comecei a assistir às quatro da manhã. 

Já tinha começado, então pude assistir de maneira protocolar. Pulando direto para as lutas em si. Sem ver as pausas e os procedimentos entre lutas.

Fiquei assim até às seis da manhã. Depois senti sono e fui dormir.

Nove horas acordei e percebi algo horrível. Uma infecção no polegar direito. Uma mancha verde de pus. 

Uma hora depois eu estava tomando antibiótico. Fiquei muito triste. Isso pode atrapalhar ou mesmo impedir minha participação na Copa Samurai de Judô 2024. 

Mas, vida que segue. Voltei a assistir a disputa por equipes no judô. Eu não costumo assistir lutas ao vivo. Mas abri essa exceção. O que não me impede de assistir de novo depois. Porque foi sensacional demais para se assistir apenas uma vez.

São seis atletas por equipe. Três homens e três mulheres. Portanto seis lutas. Se terminar em três a três. Acontece uma luta de desempate onde qualquer ponto encerra a disputa. Quem vai lutar o desempate sai em um sorteio. Eu preferia que fosse um dado mas o sorteio no placar resolve.

Rafaela Silva foi sorteada para decidir. A essa altura espero que todos vocês tenham visto, né? Estou apenas contando meu ponto de vista aqui. Foi lindo. Nem vou falar mais nada.

Mas aí as disputas seguiram. Teve a outra disputa de bronze que eu assisti almoçando e não prestei muita atenção. E teve a disputa de ouro.

Dá um filme. A reedição da última final. Novamente Japão e França. 

Mas eu vou me concentrar só nos irmãos Abe. Minha decisão de fazer aulas de judô passou pela leitura de um gibi que mostra três irmãos que praticam judô. Os irmãos Abe também são três. Kenta, Hifumi e Uta.

Nos jogos olímpicos de 2020 eu vi os irmãos Abe que lutam profissionalmente Hifumi e Uta ganhando ouro no mesmo dia. Quando o perfil da Federação Internacional de judô perguntou qual momento dos jogos tinham sido mais marcantes. Eu respondi que tinha sido os irmãos Abe vencendo no mesmo dia. A Federação compartilhou minha resposta. Muitas pessoas viram inclusive japoneses. Um deles me seguiu, conversou comigo e eu segui de volta.

Aquela vitória foi importante para mim, porque a vitória sempre é mais marcante mesmo quando não é meu país. Eu não torço por japoneses como é óbvio. Eu torço pelos brasileiros. Depois que eu tive esse contato com os japoneses e comecei a ler o que eles postavam com ajuda dos tradutores on-line eu vi uma declaração do terceiro Abe o Kenta Abe. Que dizia, que a família não estava pronta para derrota.

!??

Como uma família que vive o judô não está pronta para derrota? Se a vida é cheia de derrotas e o judô é um treinamento para vida?

Abe Uta perdeu nos Jogos de 2020 que aconteceram em 2021. Perdeu para uma alemã na primeira disputa do torneio de equipes. O técnico vendo que a Abe não tinha condições psicológicas de continuar lutando pôs ela no banco pelo resto da competição. Os irmãos Abe como parte da equipe japonesa receberam prata. Mas para fingir que não tinha havido nem uma derrota esconderam suas pratas. Em  nem uma foto que se seguiu aos jogos eles apareceram com elas. Ou se apareceram, desculpe. Eu não vi. Mesmo tendo acompanhado tudo que eles fizeram nos meses que se seguiram.

Eu estou em um momento de derrota. Não porque perdi uma luta. Embora eu tenha perdido. Se eu saio da área de luta andando me sinto vitorioso. Porque o sucesso de minha jornada não depende de resultados de competições. Depende mais da minha saúde. Agora com esse dedo infeccionado e sem poder treinar direito. Agora sim a derrota veio.

Segundo Jigoro Kano o pai do esporte japonês. O vencedor e o perdedor estão em momentos muito parecidos. Ambos precisam decidir o que vão fazer depois.

Mas eu não sabia o que fazer.

Eu tinha marcado para ir conhecer a pista de skate do Centro Cultural com um irmão de armas. Um homem que serviu o Exército junto comigo. Professor Bezerra. Um skatista assim como eu. Eu vendi meu skate para pagar uma conta de luz a muitos anos e no momento estou totalmente focado em conseguir minha faixa preta de judô para seguir com outros projetos. Gastar com skate está fora de questão. Mas visitar a pista, por que não?

Eu não esperava que a pista fosse tão boa. O piso é maravilhoso. As várias opções de alturas e obstáculos. Eu nunca sonhei que meu município fosse ter algo assim. A visita aquela pista me conectou com uma parte de mim que estava adormecida.

Depois de um tempo lá, me despedi do professor Bezerra e fui correr na minha praça onde corro quase todo dia.

Ao chegar em casa fiquei sabendo que o Bezerra terminou o treino dele no hospital. Não me pareceu grave, mas me fez pensar.

Para completar minha volta ao skate. Não a prática, mas a filosofia eu fui assistir um vídeo do Bob Burnquist. 

Tony Hawk e Bob estão para o skate mundial como Musashi e Jigoro Kano estão para as artes marciais japonesas. Simplesmente isso. Assistir Bob falando de skate é ouvir um Jigoro Kano falando em língua portuguesa. Muitos aspectos coincidem.

Ir para o hospital depois de uma prática para o skatista de rampas altas é só mais uma parte da jornada.

Para um skatista de rampas menores como o Bezerra também. A diferença é que é menos frequente e os machucados costumam ser menos graves.

Para o Bob assim como para mim, a derrota é a contusão ou a doença. Não o resultado esportivo. E ele sabe lidar com essa derrota como pouca gente.

Os entrevistadores perguntaram se ele não tinha medo de ir parar em uma cadeira de rodas. Ele respondeu que se essa fosse sua sina só restaria aceitar e buscar meios de continuar trabalhando mesmo assim.

Essa parte me tocou muito. Minha missão no judô, é fazer com que todas as pessoas do meu município possam praticar judô caso queiram. Independente de suas condições físicas. Judô é filosofia. Skate também. E é para todos que queiram.

O que é a derrota no esporte, comparada às derrotas na vida.

Qual o significado de esconder uma medalha de prata para se fingir de invencível. 

Os irmãos Abe que lutam perderam. Conseguiram duas medalhas. Uma de ouro e outra de prata. Diferente de 2020 quando pegaram duas de ouro e uma de prata. Mas dessa vez eles aprenderam que não vale a pena se fingir de invencíveis. Porque não são. Hoje eles são mais campeões do que antes. Porque um campeão que sente vergonha de ter perdido é um campeão limitado. Eles agora aprenderam. Eles agora posam para fotos exibindo com orgulho suas medalhas de prata.



Os Abe e suas medalhas em Paris



Até.




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PS: Caramba. Ouro para o Brasil na ginástica! No solo! Sensacional! Rebeca!






Sobre meus três anos de aula de judô.         




       Eu percebi que as coreanas que eu costumo assistir celebram muitas coisas com bolo e velas, não só o aniversário de nascimento. Isso me deu a ideia de celebrar o meu aniversário de três anos de aula de judô que vai se completar dia 5 de outubro, um sábado. Seria um bolo com uma vela de três anos, juntos dos meus leitores que moram perto e queiram vir. Para todos os leitores participarem, mesmo os que  moram longe eu planejo preparar uma revista. Uma versão impressa do meu blog.

        Para a celebração poder acontecer várias coisas precisam dar certo. Eu preciso passar no exame de faixa que vou fazer em breve, eu preciso conseguir lutar no cearense e na copa Samurai e eu não posso estar doente e nem machucado. E para os leitores receberem a revista, obviamente ela precisa estar pronta. 

       Qualquer um de vocês pode me ajudar com a revista, me mandando textos, fotos ou desenhos. Só falar comigo por e-mail ou outro meio. 




            Tenho aulas de Judô na Ikigai Dojô em Crato, Ceará e sou atualmente 3º kyu (faixa verde).

             Meu plano é ensinar sobre esporte e guerra através do xadrez e do judô.

             Pretendo lutar na Copa Samurai 2024, no dia 21 de setembro.
              Qualquer ajuda é bem vinda, me ler já é uma grande ajuda. Divulgar é muito bom. Ajuda em dinheiro também.



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                Estimativas de gastos para lutar na Copa Samurai 2024:


               Quimono azul: 6 vezes de R$ 43,00.

               Inscrição R$ 120,00

               Passagens R$ 17,60


            


Melhores momentos da Copa Samurai 2023. (Eu apareço.)




Cartaz da Copa Samurai 2024. (Quero participar.)



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