30º Festival de Xadrez de Abu Dhabi
30º Festival de Xadrez de Abu Dhabi.
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Às vezes assisto eventos de um esporte chamado biathlon. Pelo menos as provas de 20 kms masculina e 15 kms feminina dos jogos olímpicos de inverno. O que significa que eu assisto uma prova a cada dois anos. Nunca ao vivo.
Nessas provas o atleta esquia na neve com um rifle nas costas em uma pista de esqui de três a quatro quilômetros. Vai dando voltas até percorrer os 20 km para os homens ou 15 km para as mulheres. Em quatro momentos eles precisam ir ao estádio que fica em algum ponto do percurso para disparar seus rifles. Cinco alvos e cinco tiros. Para cada tiro errado eles precisam dar uma volta extra na pista do estádio que mede 150 metros. Durante toda a competição cada atleta atira vinte vezes e se errar os vinte precisa percorrer três quilômetros extras.
A parte que eu mais gosto é quando um atleta que não é favorito chega no estádio para dar os tiros na primeira posição. Com grande frequência a pressão de ser o primeiro a atirar com a torcida olhando faz esse atleta errar os cinco tiros, sair da liderança e perder qualquer esperança de conseguir uma medalha.
Abertos de xadrez tem uma certa semelhança com o biathlon. Você tem normalmente mais de cem mesas com tabuleiros. Os atletas favoritos ficam nas primeiras mesas onde tem mais câmeras filmando e fotografando. Os menos favoritos ficam lá nas mesas cento e tanto onde ninguém filma ou fotografa.
Durante esse mês eu acompanhei o 30º Festival de Xadrez de Abu Dhabi no grupo principal que tinha 212 atletas e portanto 106 mesas.
Por acompanhar quero dizer que eu dava uma olhada no tabuleiro onde o único jogador brasileiro estava jogando e depois ia fazer outra coisa. Tem gente que passa quatro horas assistindo, mas esses são exceções. A forma mais normal de assistir xadrez é dando apenas algumas olhadas e depois revendo a partida inteira, apenas os lances, não a filmagem do jogador mexendo as peças.
O Supi, atual campeão brasileiro e capitão do time olímpico de xadrez, tem uma academia de xadrez online onde disponibiliza aulas para mais de dois mil alunos. Pagas. Mas ele também tem um canal no Youtube onde ele lança vídeos de xadrez. Antes de competir em um evento importante como esse de Abu Dhabi ele lança um vídeo falando sobre as expectativas para a competição. Eu assisti esse vídeo. É muito instrutivo, mesmo minha modalidade principal não sendo o xadrez e sim o judô eu colho muitos ensinamentos desses vídeos. Mas o que eu quero destacar foi como ele fez questão de dizer que não estava indo para ser campeão, que era um torneio muito difícil e que isso nem passava pela cabeça dele. Ele disse e repetiu essa heresia várias vezes.
Um atleta tem que ter objetivos realistas mas Supi tinha nível para ser campeão desse torneio. Faltou um técnico para dizer isso a ele. Os jogadores da América Latina não costumam ter dinheiro para contratar técnicos.
Aí aconteceu com ele o que acontece com os biatletas não favoritos que entram no estádio em primeiro lugar. Na hora que o Supi depois de três vitórias seguidas teve que jogar lá nas mesas da frente em uma partida que valia a primeira posição, perdeu. E sem nem uma chance de vencer. Não tem como alguém que não se preparou para ser campeão conseguir aguentar a pressão de jogar lá nas primeiras mesas.
Não estou com isso diminuindo o nosso Supi. O desempenho dele mesmo não conseguindo ser campeão foi maravilhoso, histórico. Tenho certeza que da próxima vez ele vai considerar a possibilidade de ter que jogar nas primeiras mesas.
A satisfação que o Supi mostra em ter uma academia de xadrez é muito inspiradora, me deixa ansioso por ter minha academia também. De judô. Mas talvez eu chame de academia de xadrez. Uma instituição esportiva pode ser de uma modalidade e ter no seu nome outra. Já tem uma academia de jiu-jitsu aqui no Crato com nome de xadrez, meu colega Augusto treina lá. E como vocês sabem o Clube de Regatas Vasco da Gama é um clube de futebol.
Até.
Sobre meus três anos de aula de judô.
Para a celebração poder acontecer várias coisas precisam dar certo. Eu preciso passar no exame de faixa que vou fazer em breve, eu preciso conseguir lutar no cearense e na copa Samurai e eu não posso estar doente e nem machucado. E para os leitores receberem a revista, obviamente ela precisa estar pronta.
Qualquer um de vocês pode me ajudar com a revista, me mandando textos, fotos ou desenhos. Só falar comigo por e-mail ou outro meio.
Meu plano é ensinar sobre esporte e guerra através do xadrez e do judô.
Pix, Paypal e e-mail: diegosergioadv@gmail.com
Inscrição R$ 120,00
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