Grand Prix de Judô da Upper Áustria

  Nós humanos somos movidos a conquistas. 








conquista (con·quis·ta)

substantivo feminino

1. Ato ou efeito de conquistar.

2. Obtenção do alheio por meio de luta ou esforço contrariado.

3. A coisa conquistada.

4. O que se obtém à força de muito trabalho.

5. Processo de sedução de alguém.

6. Pessoa que se rende à sedução de outra.

"conquista", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, https://dicionario.priberam.org/conquista.


A forma mais popular de conquista é a fofoca. 


fofoca (fo·fo·ca)

substantivo feminino

1. [Brasil, Informal] Ato de querer saber para ir contar a outrem.

"fofoca", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2024, https://dicionario.priberam.org/fofoca.





Pode prestar atenção, o que mais dá prazer ao fofoqueiro é saber algo de alguém. Pode ser algo inútil. Que não vai acrescentar nada na vida de ninguém. Ele fica alegre em saber daquilo e quer exibir o conhecimento para os outros. Quer exibir a conquista. Tem que contar aquilo para alguém. A sensação de fofocar é tão boa que em um instante o sujeito se vicia.

Essa semana um brasileiro ouviu tiros na casa vizinha. Era de se esperar que a reação fosse se proteger. Mas o vício em saber algo da vida dos outros foi maior. Ele subiu na lavanderia para ver o que era e prontamente levou um tiro na cabeça. Tem vídeo.

As pessoas ficaram se perguntando o que leva alguém a arriscar a vida desse jeito, subindo em cima de uma lavanderia para bisbilhotar um tiroteio. Mas para mim é fácil entender. As conquistas são aquilo a que nós damos importância. Se a conquista que você mais almeja é informações sobre a vida dos outros, então para você isso vale mais do que dinheiro, sexo, uma medalha de ouro ou um troféu. 

Faz muito tempo que a mídia tradicional percebeu que as pessoas se importam mais com informações sobre a vida dos outros do que vitórias no esporte. E isso contaminou toda a programação das TVs. Inclusive os programas esportivos.

      Porque gastar tempo falando em conquistas que ninguém se importa, como medalhas? É muito melhor falar da vida íntima dos atletas. Aqueles programas eram sobre quem se deitou com quem, quem bateu em quem, quem falou mal de quem. Há muito tempo eu abandonei aquelas porcarias.

Não acreditem em quem diz que uma medalha de ouro olímpica causa uma sensação diferente de tudo. Quem fala isso é mentiroso. Nosso organismo não diferencia conquistas. A importância da conquista é a importância que a gente dá. Para o fofoqueiro a informação de quem está brigando com quem e porque é tão satisfatória quanto a medalha no pescoço, a bandeira no ponto mais alto e o hino para um atleta.

Se as bobagens do dia a dia podem ser tão valiosas quanto uma conquista esportiva, os valores das vitórias no esporte também são relativas.

O campeão estadual pode ficar mais contente que o campeão mundial. Então quem está assistindo, para saber a importância de uma conquista tem que prestar atenção a comemoração. E o fim de semana de 8 a 10 de março foi cheio de belas comemorações.

Esse evento de judô na Áustria foi o melhor do ano disparado até agora. Teve muita gente de país pobre chegando nas finais. Três brasileiros pegaram ouro e dois cubanos. Você deve estar pensando que isso aconteceu porque os ricos não foram, mas se estiver, está pensando errado. Tinha japoneses lutando e outros campeões olímpicos e mundiais. As vitórias de atletas com menos recursos provavelmente aconteceram porque o governo local garantiu hospedagem boa para todos. Em uma competição de judô normalmente os atletas com mais recursos ficam perto do lugar de competição, comendo bem, dormindo bem e treinando bem. Enquanto os pobres se hospedam longe, comem mal, dormem mal e treinam mal. Quando todos têm tratamento igual a mágica acontece, atletas que nunca tinham conseguido uma medalha internacional ganham pela primeira vez e ver a celebração desses novos campeões é contagiante.  

Vou destacar as três que mais me chamaram atenção. Larissa Pimenta, que parecia estar tirando um imenso peso das costas depois de tanto tentar e finalmente conseguir uma medalha de ouro dessas.

Meu amigo cubano Morales. Quando eu vi ele perdendo o bronze há uns dias atrás sabia que ele ia terminar vencendo. Ele luta um judô muito positivo, muito bonito. Venceu a final com um contra ataque sensacional e celebrou o ouro de forma merecida.

O italiano Esposito foi a comemoração mais legal de todas. A Itália é um país rico mas a federação de judô não tem esses recursos todos, então ele conseguiu ser o atleta visivelmente mais alegre de todo o fim de semana, foi muito bom de ver.

No mesmo fim de semana Enzo Fittipaldi conseguiu sua primeira vitória de corrida longa na Fórmula 2 e em Jedah onde ele quase perdeu as pernas há uns anos atrás. Dedicou a vitória ao tio Wilson que morreu recentemente.

Juntando as três medalhas de ouro no judô e a vitória de Enzo Fittipaldi, eu ouvi o hino brasileiro quatro vezes esse fim de semana! Foi bom demais!




Até

 

Brasileiros que conseguiram ouro na Áustria.


Larissa Pimenta

Leonardo Gonçalves

Beatriz Sousa.


Brasileiro que conseguiu um bronze.


Rafael Buzacarine


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             Tenho aulas de Judô na Ikigai Dojô em Crato, Ceará e sou atualmente 4º kyu (faixa laranja).

             Meu plano é ensinar sobre esporte e guerra através do xadrez e do judô.

             Pretendo lutar no Campeonato Cearense 2024 - 2ª etapa, no dia 27 de julho.

              Qualquer ajuda é bem vinda, me ler já é uma grande ajuda. Divulgar é muito bom. Ajuda em dinheiro também.



                Pix, Paypal e e-mail: diegosergioadv@gmail.com

            



              Estimativas de gastos para lutar no Cearense 2ª etapa:


              Prestações do Quimono branco por pagar 2x R$ 46,36

              Quimono azul R$ 380,00

              Inscrição R$ 120,00

              Passagens de ônibus R$ 205,60

              Pernoite em pousada R$ R$ 150,00

              Alimentação R$ 120,00



         

Consulta de preço de passagem (apenas ida).




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